Sobre amores modernos

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Sábado à noite

Postado por Antonio Augusto em 02 Novembro
Sábado à noite
 
Mais uma noite de sábado e Maria Luiza estava em frente à TV, maratona de séries, havia visto quase toda a primeira temporada de The Good Wife. 
Sua heroína tinha tudo que ela admirava: coragem, resiliência, inteligência, charme, perspicácia. Havia retomado a carreira após uma separação dolorosa, que fez sua vida desmoronar. Qualquer semelhança não era coincidência. 
Maria Luiza torcia para a protagonista, como se desejasse sorte pra si mesma. Sabia que tinha muito da personagem, mas quando se separou,andou desconfiando do espelho e das intenções do Divino. 
Durante um tempo, precisou desesperadamente da confirmação de tudo que já sabia de si mesma. A separação havia deixado dúvidas e marcas.
As amigas foram fundamentais durante o luto. Nos primeiros meses, se revezavam nos fins de semana para que nunca estivesse só. Ouviram as mesmas queixas e histórias dezenas de vezes, na esperança que ela esgotasse o assunto e finalmente vivesse a dor que a libertaria. 
A dor veio, foi vivida e a preparou para a próxima etapa.
Nos últimos dois meses as amigas se reuniam na sexta, almoçavam no sábado mas ela ficava só à noite. 
Solidão sábado à noite é sempre mais intensa e dolorosa, porque os sábados à noite pertencem aos casais. 
Ela adorava almoçar e conversar com as amigas, falar dos homens mas ela andava sentindo falta de falar com um homem, de sentir aquele olhar que indica desejo, aquele olhar quase de súplica, que dá a mulher a sensação que é dona do mundo e da alma do sujeito. Aquele olhar que faz você esquecer da idade, da celulite, das rugas, da roupa e do mundo. 
Também sentia falta dos beijos e do toque masculino forte, seguro, presente e do cheiro que ativa os sentidos, abre o apetite e dá aquela injeção de endorfina, que traz uma mistura de alegria, tesão e bem estar.
Enquanto pensava em seus desejos, ela se deu conta que eles não mais estavam associados ao ex-marido. Ela havia aprendido a diferenciar as emoções: descobriu que sensação de solidão é diferente de sentir falta de alguém especificamente. As duas coisas até podem se confundir, mas são diferentes, e quando se percebe a diferença, é sinal que o luto está no final, que a ferida começa a cicatrizar. 
A solidão acompanhada de dor, fora substituída por um desejo de companhia, que era tranquilo, sem ansiedade.
Cansada dos videos, desligou a tv, ligou o rádio e para sua surpresa a música do Paulinho da Viola começou a tocar:
Se um dia
Meu coração for consultado
Para saber se andou errado
Será difícil negar
Meu coração
Tem mania de amor
Amor não é fácil de achar
A marca dos meus desenganos
Ficou, ficou
Só um amor pode apagar
Foi um rio que passou em minha vida 
e meu coração se deixou levar.
 
Alguns meses atrás ela teria caído em prantos ao ouvir aquela música. Agora uma sensação boa invadiu sua alma , pois ela sabia que seu coração tinha mania de amor. Hora de recomeçar - pensou ela - e não havia tempo a perder porque amor não é fácil de achar.
 
Antonio Augusto
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Sobre o Autor

Escritor

Antonio Augusto escreve sobre o que vê, sente, entende e aprende.

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