Ele chamava a atenção desde pequeno por seu jeito e charme. Um rapaz de fina estampa, como diziam os antigos da cidade do interior onde morava. Era chamado de Tony Kodak. O apelido se dava ao fato de sempre ficar bem na foto, independente do traje, posição, expressão e por ser sempre possuidor de um sorriso largo e cativante, capaz de seduzir até poste, como dizia sua amada Tia Neusa.
Mudou-se para a capital para fazer faculdade de direito, mas para desespero dos pais, começou a tocar violão na noite. Com os dotes, naturais e adquiridos, a presença em bares e as oportunidades, viveu uma vida de boemia até os 28 anos. Conseguiu se formar todavia.
Os conselhos e a vontade de mudar encontraram eco, quando Tony viu o anúncio de jornal para o concurso de...juiz de direito! Juiz de direito? Tony Kodak?
Os primeiros 10 anos voaram, durante a busca desesperada em se tornar o personagem que havia criado pra sobreviver. A partir daí conheceu Consuelo, filha do Dr. Anastácio, desembargador que se tornara seu mentor . Numa dessas confusões de desejos, que nossa alma imperfeita nos impõe,na busca de um pai, Tony ganhou uma esposa.
Tinha 45 anos quando reencontrou D.Marilza, agora uma senhora de 65 anos que trazia a mesma beleza de um jeito diferente. Sentados no café do shopping conversaram por horas. Ela ainda se lembrava do seu sorriso e o impacto dele sobre ela. Percebeu nele a tristeza no olhar...e se emocionou.
A dedicatória :
Marilza!
Separou-se de Consuelo e viajou para os Estados Unidos. Foi realizar um antigo sonho. O primeiro de muitos. Alugou uma Harley-Davidson e foi fazer a Rota 66 com o antigo sorriso no rosto e alegria de viver.
<br "=""> Antonio Augusto