Sobre amores modernos

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Palco

Postado por Antonio Augusto em 23 Junho
Caminhou em direção ao palco improvisado, subiu três degraus lentamente, respirou fundo, posicionou o microfone. Ao seu lado, o assistente contratado pelo dono da churrascaria, João do Órgão, bioquímico desempregado, ajustava um velho teclado yamaha, adquirido de uma igreja evangélica. 
Duas luzes coloridas iluminavam o palco e davam um certo ar solene àquele quadro desolador na Churrascaria Vento Frio. O nome e o cenário eram o reflexo do Brasil no inverno de 2016 : devastação, desilusão,desesperança, desconstrução e tristeza. Poucos clientes, em pares ou pequenos grupos, pareciam anestesiados e se revezavam em volta do buffet de vegetais dormidos, croquetes reciclados e outros produtos compatíveis com o preço de R$13.99 por pessoa.
Eugenio começou a cantar e a pensar como havia chegado até ali. Foi uma vertiginosa queda de empresário bem sucedido a cantor de churrascaria. Por mais absurdo, um certo realismo fantástico que parecesse, ele se dobrava aos caprichos dos Deuses, da vida, do universo ou seja lá quais alavancas foram acionadas para que ele desembocasse ali, daquela forma. 
O mais estranho era que ao cantar, ele espantava seus males, entrava em sintonia com um mundo onde tudo fazia sentido e podia ser simplesmente do jeito que era. 
Havia, naquela terra arrasada, algo que precisava ser descoberto,revelado e Eugenio sentia que tinha habilidade para despertar um fio de esperança. Ele observava a reação das pessoas ao ouvir as músicas que pareciam tocá-las, despertá-las do estado entorpecido em que se encontravam. 
Nos intervalos, os clientes vinham ao seu encontro para pedir que tocasse aquela música que eles não sabiam exatamente o nome, e que cantarolavam trechos incompreensíveis. Ele ouvia com paciência, pegava o violão, tentava alguns acordes até identificar a música e ser gratificado com sorrisos de crianças que ganham um doce.
Nesses intervalos, e após as apresentações, conheceu pessoas com histórias de vida marcantes, mais trágicas e desafiadoras que a sua própria. Eram um estímulo à reflexão e a busca da humildade e de um sentido. Sempre há um sentido, pensava ele.
 
 
Antonio Augusto
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Sobre o Autor

Escritor

Antonio Augusto escreve sobre o que vê, sente, entende e aprende.

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