Sobre amores modernos

Categoria :

Uma ilha

Postado por Antonio Augusto em 23 Setembro
Estava no topo do navio, olhou em volta e via mar, apenas o mar em sua volta, um giro de trezentos e sessenta graus e era só o mar. Sentiu-se uma ilha e talvez essa sensação correspondesse à solidão presente há tanto tempo. Parecia ironia: sentia um oceano dentro de si mas agora era apenas uma ilha. Ele ali, cercado de mar, ventos, pensamentos e sua história.
Pensava em como chegou até ali, a sucessão de eventos aparentemente desconexos que o trouxeram ao meio do Mar Báltico, partindo de Copenhagen.
Era verão mas o vento frio e os 13 graus indicavam que aquela parte do mundo era para vikings e duros de espírito. O frio nos torna mais distantes, dos outros e de nós mesmos, e a falta de sol cria uma espécie de melancolia que cola na alma . Talvez o efeito da falta de sol sobre o corpo, seja o mesmo que a falta de amar faz à alma. Endurece e tira elementos vitais que provocam um desequilíbrio permanente.
Olhava para o mar que passava calmamente pelo navio e a sensação de movimento trazia paz e nostalgia. Levantou a cabeça e voltou a olhar para frente, mais mar, mais céu, mais ondas num movimento contínuo que ora acalmava, ora causava um certo sentimento difícil de definir. 
Ouviu um barulho, olhou para trás e não estava mais só. Uma mulher caminhava lentamente em sua direção, passos curtos, cautelosos. Parecia ter mais de setenta anos mas havia nela uma beleza que o tempo altera, transforma, mas não apaga.
Ao se aproximar, sorriu e o cumprimentou em inglês com um forte sotaque. Ela tinha um sorriso capaz de encantar e desconcertar, além de olhos azuis grandes e que mantinham um certo brilho.
Perguntou o que fazia um jovem como ele, sozinho naquele lugar. Aos cinquenta anos achou engraçado ser chamado de jovem. Respondeu que contemplava o mar e pensava. Ela disse que contemplar é bom mas em determinada idade pensar demais faz mal para a pele e para o espírito. A partir de uma certa idade a gente tem que se despedir do passado, jogar a bagagem ao mar, como se preparasse para um naufrágio, levando apenas o essencial.
Aquele foi o início de uma longa conversa que durou horas . Conversavam como se já se conhecessem, a sensação de familiaridade causava um enorme bem estar. Foi então que se lembrou como era bom estar acompanhado e não ser uma ilha. Sem perceber havia jogado a solidão ao mar e gostou do sentiu.
 
 
Antonio Augusto
i think my girlfriend cheated on me click my girlfriend thinks i cheated on her
neurontin 600mg robertsuk.com prednisolone 5mg
viagra 50mg zithromax pill levofloxacin
abortion pill abortion pill abortion pill
buy viagra online cheap viagra for sale uk viagra buy online
cialis coupon read free coupon for cialis
cialis online coupon manufacturer coupons for prescription drugs drug prescription card
cialis online coupon manufacturer coupons for prescription drugs drug prescription card
escitalopram teva adboesten.nl escitalopram
venlafaxine 37.5 mg link venlafaxine bluefish
bactrim site bactrim compendium
xarelto site xarelto terugbetaling
 

Sobre o Autor

Escritor

Antonio Augusto escreve sobre o que vê, sente, entende e aprende.

Comentários
Categorias
Posts