Vânia - Não dá mais.
Antonio - O que é, Vânia?
Vânia - Não consigo continuar calada. Juro que tentei.
Antonio - O que você quer falar?
Vânia - Quero falar sobre seu silêncio, que me tortura, me corrói.
Antonio - O que você precisa ouvir?
Vânia - Tudo!
Antonio - Tudo é muita coisa. Seja clara.
Vânia - Eu sou mulher e mulheres tem dois pontos G.
Antonio - Dois?
Vânia - Sim, um lá embaixo e outro aqui (Vânia apontando pro ouvido)
Antonio - Como assim.
Vânia - Eu preciso ouvir que você me ama, que sou importante pra você, que você me acha bonita, algo sobre sua vida,qualquer coisa. Você vive parecendo um autista funcional.
Antonio - Mas eu demonstro tudo isso.
Vânia - Não é suficiente, Antonio. Homens não são visuais?
Antonio - Sim, somos, e como!
Vânia - Então, nós somos auditivas. Os sons da voz de quem amamos penetram nossas almas e nos alimentam.
Antonio - E adianta só falar ?
Vânia - Não adianta só fazer tampouco.
Antonio - Eu não sei o que dizer.
Vânia - Pode começar a aprender. Olhe pra mim, preste atenção e deixe as palavras fluírem.
Antonio - Eu não sou poeta, sou engenheiro. Engenheiros pensam em funcionalidades.
Vânia - Hora de construir pontes, meu caro.
Antonio - Vânia, eu sou engenheiro elétrico.
Vânia - Deve ser por isso que tenho vontade de eletrocutá-lo.
Antonio - Essa conversa não vai dar em lugar nenhum.
Vânia - E pra onde nós estamos indo?
Antonio - Caminhando juntos, não é o que você dizia?
Vânia - Isso quando estávamos no mesmo caminho. Foi só descuidar e você pegou outra direção.
Antonio - Eu estou aqui.
Vânia - Calado, pode estar em qualquer lugar.
Antonio - Mas eu sempre fui calado.
Vânia - Era calado mas ficou mudo. E no início a gente conversava sobre a vida, sobre o passado, o futuro, os filmes que víamos, sobre nossos planos.
Antonio - O início, ah o início! A gente não se conhece e precisa descobrir. Por isso falamos mais.
Vânia - E você acha que a gente não muda, que não há mais nada a descobrir, a falar.
Antonio - Não é bem assim mas dá pra saber um monte de coisas só olhando o ambiente.
Vânia - Mas eu não sou o ambiente, Antonio.
Antonio - Tipo duas pessoas que se conhecem há tanto tempo que uma completa a frase da outra e , depoois de algum tempo, não se sabe nem quem é o autor de cada frase. Entende?
Vânia - Entendo mas discordo. Há sempre o que falar.
Antonio - Você não percebe que quanto mais insiste que eu fale, menos vontade tenho de falar.
Vânia - Ora se percebo. Por isso acho que não dá mais.
Antonio - O que você quer dizer com não dá mais?
Vânia - Somos muitos diferentes. Cansei de tentar.
Antonio - Eu não consigo ser diferente.
Vânia - Eu não quero mais pedir pra você conversar, que você divida a vida comigo. Estar com alguém é ver a vida através dos olhos do outro.
Antonio - A gente só fala do que gosta e do que incomoda, Vânia.
Vânia - E você fica calado porque não tem nada que você gosta, nada que te incomoda?
Antonio - Incomoda ficar sem você.
Vânia - Então tente, faça alguma coisa.
Antonio - Não estamos conversando?
Vânia - Estamos, mas só fazemos isso no limite, na beira do precipício. Por quê?
Antonio Augusto
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