Estamos na estrada e vem um raio e subitamente é noite!
Quasimodo Salvatore
Pegou o telefone e, meio sonolento, foi checar os emails pela última vez antes de ir para a cama. O título chamou sua atenção : Obituário Tom Fields! Despertou rapidamente e tentou organizar as informações. O email era de Susana, sua comadre e Tom era o namorado americano que havia mudado sua vida, que havia a ajudado a sair de um lugar frio e úmido da alma, desde que ficou viúva, após um casamento harmônico de vinte e quatro anos.
Sentiu-se como quem lê a notícia de um avião que caiu, sabe que uma pessoa querida nele estava, mas procura negar e buscar uma possibilidade remota de um atraso, de desistência ou algo que impeça o destino de seguir seu curso.
Respirou fundo e leu novamente. Sim, Tom Fields era mesmo o namorado que havia mudado a vida da Susana, que a ajudou a lidar com a perda do Everton, seu compadre, e que a fez sorrir com a alma novamente. Como era possível? Porquê?
A religiosidade que tinha era insuficiente para buscar um alento ou aceitar a ausência da explicação. Pegou o telefone e ligou para Susana. Não sabia o que dizer, nem havia o que falar mas precisava se fazer presente, às vezes a solidariedade silenciosa diz muito.
- Oi, Susana.
- Oi, Compadre.
- Recebi teu email.
- Estou muito abalada. Nem consigo dimensionar a extensão dos estragos. Dói tanto que estou anestesiada.
- Imagino o que esteja sentindo.
- Não, compadre, você não tem ideia. É muito difícil. Estávamos tão felizes, fazendo planos e subitamente…
- Não sei o que dizer.
- Não diga nada, compadre. Apenas reze por mim.
- Mas você é tão religiosa, vai encontrar forças.
- Pois é, sou religiosa mas não consigo rezar, tamanha é a minha raiva.
- Raiva?
- Raiva de Deus, da vida, das perdas, do que vou enfrentar, de ter que voltar para aquele lugar de onde saí com tanta dificuldade.
- Mas tudo passa.
- Sabe, sempre acreditei que Deus dá o frio conforme o cobertor, que ele não nos dá um peso que não consigamos carregar, mas acho que ele errou a dose ou olhou a ficha errada antes de mandar essa carga pra mim.
- Você é forte, comadre.
- Eu não quero ser forte, aliás passei a vida inteira sendo forte. - - Estou cansada de ser forte. Eu só queria de volta o que me foi roubado.
- E ela começou a chorar um choro profundo de dor, que evoca a solidariedade que nos torna humanos, mas que nos dá uma sensação de profunda impotência.
- Comadre, estou por aqui se precisar de algo.
- Agora só preciso dormir.
Ele desligou e perdeu o sono. Pensou em suas próprias perdas, no sentido da vida, se é que existe algum sentido ou será que não tudo não passa de um série de eventos desconectados e frutos do acaso, ou se todos os fatos estão interligados, orquestrados por algo inexplicavelmente misterioso. Muito passou pela sua cabeça, só não podia esquecer como subitamente pode virar noite.
Antonio Augusto
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