Guerras particulares
O casal assistia ao Jornal Nacional. Estavam chocados com as cenas e os números da guerra no oriente médio. William Bonner deu boa noite, a esposa respondeu - sabe-se lá porque ela gostava de dar boa noite ao Bonner - e começou a falar.
- É um absurdo. Como os judeus podem matar tantos palestinos inocentes.
- Os palestinos também matam mulheres e crianças quando podem.
- Mas os números são muito desproporcionais.
- E desde quando existe proporção na guerra? Desde quando existe proporção no absurdo?
- Então você está justificando as ações de Israel.
- Não, estou falando sobre guerras e absurdos.
- Sempre em cima do muro, hein?
- Eu estou em cima do muro ou é você que assume posições, sem se aprofundar nas questões?
- Lá vem você…
- Falo sério. Esse conflito existe há séculos, com idas e vindas, mortos e feridos em ambos os lados. A questão tem uma complexidade gigante e…
- E por isso a gente deve achar normal que crianças sejam assassinadas.
- Eu não disse isso mas é fácil ser pacifista de sofá, tomando chá e dando uma de Galvão Bueno das relações internacionais.
- Já mandou o primeiro míssil, não é?
- Não quis te ofender mas você esquece o quanto a natureza humana é belicosa.
- Você tem uma visão muito pessimista do ser humano.
- Estou lendo um livro em que o autor fala sobre os instintos humanos, de como eles não podem ser eliminados, como ficam ali esperando um momento de desatenção para aflorar.
- E?
- Meu amor, olhe em volta. Não dá pra desconsiderar as pequenas guerras que participamos ou somos testemunhas, quase diariamente.Em casa, no trabalho,na vizinhança.
- Do que você está falando?
- Já esqueceu da briga pelo inventário da sua mãe? Você e seus irmãos estão em guerra há anos. As duas partes não se entendem, trocam mísseis e fazem uma verdadeira marcha da insensatez enquanto o espólio é dilapidado a cada dia.
- É diferente.
- Por quê? É guerra, sim. Alianças, traições, atos irracionais, não houve fratricídio ainda mas tenho certeza que não foi por falta de desejo.
- Exagerado.
- Exagero é não conseguir sentar e conversar para, pelo menos, estabelecer quais são as diferenças.
- Claro, eles fazem demandas inaceitáveis só para sentar e conversar.
- O inferno são os outros.
- E são.
- Não esqueça que o sujeito que criou essa frase vivia com uma feminista.
- Engraçadinho.
- Falando sério, percebo a imensa força destrutiva que a combinação de instintos e ressentimentos libera.
- Temos que tomar cuidado, não?
- Ora se temos. Todos os dias.
- Vou pensar sobre o que conversamos.
- Sem fazer guerra antes?
- Não, sua pacifista de sofá agora só quer fazer amor.
Antonio Augusto
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