Vingança Feminina
Olga Maria nasceu em berço de ouro e foi criada com privilégios de todos os tipos. Filha única, adorada pelo pai, sempre teve tudo que quis e não diferenciava coisas de pessoas. Ela desejava, obtinha; usava e descartava. Era competitiva, competia até com a própria mãe. As duas sempre acharam que era difícil ocupar o mesmo espaço físico, fosse no coração do homem que era pai e marido, fosse em qualquer lugar que pudessem ter divididas as atenções e os holofotes. Na verdade, ela não competia apenas com a mãe; competia com qualquer mulher que pudesse representar uma ameça. Até com sua melhor amiga, Ruth, tinha uma relação de amor e ódio, afinal de contas Ruth era oito anos mais jovem e mais bonita.
Olga Maria casou-se aos vinte e três anos. Era mais que um casamento; era um arranjo político-econômico entre duas das famílias mais proeminentes e ricas do estado.
O casamento atendeu aos interesses das famílias mas com o tempo, um acordo tácito entre ela e Igor ocorreu. Os dois podiam ter aventuras desde que a discrição e a preservação dos interesses familiares não fossem de forma alguma afetados.
Aos 48 anos, era uma bela mulher, bem cuidada, vaidosa, dispunha de todos os artifícios para aparentar ser mais jovem do que era. Ela se ocupava com eventos sociais e o planejamento das várias viagens ao exterior que fazia anualmente. Outro hobby, era a coleção de jóias que aumentava na proporção de sua insatisfação pessoal.
O telefone tocou, ela atendeu e percebeu uma voz nervosa e alterada. Era Suzane,a gerente da joalheria especializada em peças internacionais. Após se acalmar, ela revelou o motivo da ligação: se sentia indignada pois havia presenciado Igor comprar um caríssimo colar de esmeraldas para Ruth e que a mesma o usaria na sua festa de aniversário.
Sem demonstrar descontrole ou um pouco da raiva que sentia, Olga Maria agradeceu e desligou. Não estava com ciumes pois sabia que não corria risco. Igor sabia o que estava em jogo e do que não poderia abrir mão, mas dessa vez fora descuidado. Um caso com a Ruth era uma ofensa ao seu ego.
Ao descobrir, escondido no closet, o estojo com a jóia que Igor havia comprado, teve uma ideia brilhante para uma vingança inesquecível. Primeiro, chamou à sua casa uma designer que se especializou em fazer réplicas de joalherias internacionais. Mostrou o colar e pediu uma cópia perfeita mas com um detalhe, pedras sem valor. Acertou o preço e a data de entrega.
Uma semana antes do aniversário de Ruth, ela trocou o colar original pela réplica e se deliciou em pensar nos próximos passos até o dia da vingança.
A festa de aniversário de 40 anos de Ruth era o evento mais esperado pela alta sociedade local.
A noite especial (ou fatídica, depende da perspetiva) chegou. Entre artistas, convidados pagos e celebridades, todos se divertiam e estavam curiosos em conhecer o colar de esmeraldas que Ruth exibiria, presente especial de um admirador.
Em frente a enorme piscina, foi montado um mini palco, onde tocava uma banda que variava de clássicos americanos da década de 50, a sucessos disco e até sertanejos. Às onze horas, o locutor anunciou a chegada da aniversariante. Todos pararam e se voltaram ao palco, agora sob a luz de holofotes coloridos e uma fumaça produzida por vapor de gelo seco.
Olga Maria pediu licença e saiu para o toilete enquanto Ruth aparecia como uma Madonna tropical, ao som de "you're simply the best". Apoteótica!
Desceu do palco e foi receber os cumprimentos. Todos surpresos com aquele colar de esmeraldas da Cartier.
Ao chegar a mesa principal, dos convidados mais íntimos, quase desmaiou ao ver um colar idêntico usado por sua suposta amiga. Enquanto processava o que tentava entender, celulares tocavam e torpedos espalhavam a fofoca da noite: Ruth desfilava com um colar falsificado.
Olga Maria expressou um sorriso de vingança, pediu licença e foi embora, fazendo o maior percurso possível até a saída, para que todos vissem o seu colar : o verdadeiro, o original.
No dia seguinte, para completar a maldade, ligou para o dono da joalheria e revelou que a gerente havia contado sobre a compra do marido. Não é gente de confiança, disse ela indignada.
Antonio Augusto
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