João Menestrel
João Menestrel
poeta de cordel
das palavras tirava mel
ganhava a vida
dura lida
na feiras do nordeste
fazendo versos
para amores dispersos
amava Isabel
sua mulher e seu céu
que certo dia foi embora
sem marcar hora
sem motivo
nem aviso
João Menestrel
poeta de cordel
perdeu o amor valioso
e o que tinha de mais precioso
o que parecia ser sina
jeito de fazer rima
João Menestrel
poeta de cordel
ficava em casa, não mais saía
de lágrimas se esvaía
não tomava sol
ficou pálido
um poeta inválido
João Menestrel
poeta de cordel
quase à beira da morte
encontrou por sorte
a Beatriz
que da sua ferida fez cicatriz
e dele um homem novamente feliz
João Menestrel
poeta de cordel
da crise saiu por cima
recuperou a rima
e foi andar pela vida
sem medo de partida
com uma muher inteira
toda sua
sem eira nem beira.
Antonio Augusto
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